As olimpíadas e a arte

As olimpíadas e a arte

Em 1912 o idealizador das olimpíadas colocou algumas categorias que hoje em dia não encontramos mais e que talvez faça falta para algumas pessoas, já que o torneio ficava ainda mais especial com elas.

Quando o fundador dos Jogos Olímpicos modernos, Pierre de Coubertin, estava criando essa espécie de festival esportivo, achou que uma das grandes contribuições da humanidade para o mundo eram as artes e por isso decidiu colocar algumas categorias artísticas nesse evento.

Quais as categorias das olimpíadas?

As categorias eram música, literatura, pintura, escultura e arquitetura, além de serem muito aguardadas durante aquela época, era um diferencial chamativo já que contava com mais de 2 mil artistas do mundo todo.

Como os artistas grandes e famosos não queriam participar, apenas os amadores participavam e assim conseguiam mais atenção para seus trabalhos, mas isso acabou causando um problema. Os juízes acabavam julgando que ninguém merecia a categoria de ouro e geralmente apenas medalhas de bronze eram dadas.

Alguns desses artistas eram também atletas e perceberam que conseguiriam ganhar medalhas mais altas em outras categorias. É claro que existiam exceções, como foi o caso do Walter W. Winans, que em 1912 conseguiu não apenas uma medalha de prata por tiro ao alvo e ouro na modalidade de escultura.

Qual o motivo de terem retirado as categorias?

Todas as vezes que as comissões julgadoras escolhiam um vencedor, havia uma grande repercussão, já que mesmo tendo pessoas de todos os países na comissão, os padrões utilizados para o julgamento eram ocidentais clássicos e acabavam excluindo outras culturas, sendo impossível ganhar medalha dessa maneira, mesmo que o artista fizesse um bom trabalho.

Com as categorias ficando cada vez mais polêmicas, muitos começaram a pensar que seria necessário fazer algumas mudanças nos Jogos Olímpicos e ao invés de realizarem uma competição mais justa com outras tradições e culturas, em 1951 Coubertin faleceu e com isso, precisavam de outra pessoa para ocupar seu lugar na presidência.

Foi então que Avery Brundage, um atleta norte-americano, entrou e decidiu que retirar todas as modalidades artísticas seria o melhor caminho a ser seguido.

Heranças dos jogos

Diversas artes e tradições começaram a ser mais exploradas e conhecidas ao redor do mundo, fazendo com que a disseminação artística ficasse cada vez maior. Com isso, muitas obras incríveis foram criadas, como é o caso do Estádio Olímpico de Amsterdam, feito pelo holandês Jan Wils, durante as olimpíadas de 1928.

O curioso arquipélago de Svalbard

O curioso arquipélago de Svalbard

Muitas pessoas gostariam de viver em uma cidade onde morrer está fora de questão e todos os seus moradores são eternos. Mas será que isso pode se tornar realidade?

A cidade de Longyearbyen, localizado no arquipélago de Svalbard possui 2 mil habitantes e tem o título de ser o local mais setentrional do planeta.

Localizada pouco mais de 1.500 quilômetros do Polo Norte, a temperatura desse lugar pode passar de -50 graus durante o rigoroso inverno mas toda a sua população se diverte em pubs, piscinas climatizadas, hotéis, restaurantes e muito mais, ou seja, mesmo não sendo muito fácil viver ali, as pessoas conseguem viver bem.

Mas existe uma parte da cidade que chama muita atenção, os cemitérios. Há mais de 70 anos que ninguém é enterrado ali e isso se deve à política de lá. É proibido morrer em Longyearbyen.

Como esta é uma área que ainda não tem soberania, tendo uma população norueguesa, espanhola, russa e também basco, esta foi a forma que a ONU (Organização das Nações Unidas) encontrou de evitar confrontos naquela área.

Nesse lugar é possível viver como uma espécie de anarquia, já que Barentsburg, por exemplo, conta com uma administração própria. Lá é possível encontrar muitas regalias, como a falta de restrição para bebidas alcoólicas e bons preços. Além disso, procurar por uma casa pode ser mais fácil que em muitos outros lugares.

Outro ponto importante para ser abordado aconteceu no início do século XX quando cientistas desenterraram alguns cadáveres que morreram de gripe e como estavam congelados, esse vírus permaneceu intacto. Com o avanço da tecnologia, foi possível criar uma vacina contra a pandemia que aconteceu em 1918.

Mas as pessoas começaram a pensar e criar teorias de que se alguém morresse congelado, talvez fosse possível ressuscitá-lo em um futuro não muito distante, já que a medicina poderia ter encontrado uma forma de cura para a morte daquele ser humano.

Com essas teorias, muitas pessoas começaram a se mudar para as ilhas de Svalbard em uma tentativa de viver eternamente.

Para evitar essa confusão, começaram a proibir os sepultamentos e também a construção de rampas para quem tem problemas com a locomoção, como algum tipo de deficiência ou idosos, assim eles não poderiam morar na região, já que seria complicado levá-los para um hospital em outro lugar.

Hoje em dia se alguém morre em alguma das ilhas de Longyearbyen, é levado de avião para o hospital mais próximo e que esteja fora do arquipélago.

Bexigas assassinas: Balloonfest

Bexigas assassinas: Balloonfest

No ano de 1986, o estado de Ohio (localizado nos Estados Unidos) sofreu um acidente causado pela instituição United Way de Cleveland. A ideia inicial era criar um evento colorido com vários balões de gás hélio, mas nada deu certo naquele dia.

Para bater o recorde de maior número de balões soltos, a instituição criou um evento chamado Balloonfest que se realizaria na Cleveland’s Public Square.

Segundo o Guinness Book de Recordes Mundiais daquela época, quem segurava o prêmio era a Disney, que celebrou seus 30 anos no ano anterior, na Califórnia. Para vencer e segurar o título de maior lançamento de balões do mundo, a empresa soltou um total de 1.429.643 bexigas mas infelizmente isso causou um acidente imenso.

Na tarde fria de 27 de setembro de 1986, o congestionamento em vias, estradas e até no lago Erie foram motivos de processos para a United Way de Cleveland.

O número de acidentes não parecia ter fim, primeiro foram dois pescadores que estavam no lago naquele dia e que simplesmente sumiram. Foi necessário esperar até o dia seguinte pela Guarda Costeira.

Com o tanto de produtos infláveis, uma fazenda começou a pegar fogo e machucou alguns cavalos permanentemente, e além da crueldade com os animais, acabou prejudicando a fonte de renda de quem vivia ali.

Também houve problemas no aeroporto Burke Lakefron que precisou fechar suas pistas de pouso por conta da gigantesca quantidade de bexigas no céu. Aos poucos elas foram caindo e causando acidentes de trânsito, já que os motoristas faziam de tudo para escapar da bola de fogo colorida que estavam caindo na direção dos carros.

Esse dia ficou marcado como uma tragédia pública com o objetivo de dar um golpe de arrecadação. Os seis meses que a empresa gastou fazendo o planejamento desse evento foi pelo esgoto e o que deveria ser um triunfo, se tornou um desastre.

O queijo mais perigoso do mundo

Segundo o Guinness Book de 2009, o queijo mais perigoso do mundo foi criado em uma Ilha muito popular da Itália, a Sardenha.

Mesmo que suas praias e grutas atraiam muitos turistas ao longo dos anos, o mais inacreditável do local é a iguaria chamada casu marz, que em uma tradução direta seria “queijo podre”. Mesmo que muitos queijos levem essa fama por conta do modo de preparo, esse é o que se pode chamar de mais próximo entre os queijos podres.

O casu marz é da família dos queijos pecorinos que chega em um estado de decomposição com a ajuda de uns mosquitinhos conhecidos comomoscas-do-queijo ou Piophila casei.

O preparo é o mesmo de um queijo à base de leite de ovelha, o que diferencia essa comida especial é o modo de maturação: colocam as moscas dentro do queijo e o fecham, assim elas vivem lá por um tempo, comendo o queijo e botando seus ovos. O sabor que muitos dizem ser forte, picante e até mesmo cremoso vem da larva que vive ali e dos excrementos das moscas. Lá elas vivem por cerca de 3 meses até que o queijo entre em um estado de decomposição.

O trabalho das larvas é de potencializar a fermentação e quebrar os lipídios, tornando a textura do pecorino única.

Na hora de comer é que a diversão começa, já que são várias formas de preparo para servir: alguns tiram todas as larvas e moscas antes de comer, outros colocam todo o queijo em uma centrífuga para que os animais e a comida se tornem um só.

Já alguns casos mais extremos, a preferência é de comer assim que termina a fermentação, com as larvas e tudo.

Os produtores do casu marz garantem que nenhuma larva fica viva quando o queijo está pronto para o consumo mas comer larvar mortas pode ser tão tóxico e letal quanto as vivas, em alguns casos chega até a ser pior.

Por este queijo diferenciado ser tão radical, ele levantou uma questão sanitária e sua comercialização acabou sendo proibida no mundo todo em 1962. Porém, na ilha de Sardenha ainda é possível encontrar moradores locais que fazem esse queijo para consumo próprio e até mesmo em alguns mercados negros.

Mesmo que para muitas pessoas isso pareça loucura, esse queijo faz parte de uma tradição de muitos anos e antigamente ele era visto até mesmo como uma dádiva divina.

Ciência no Brasil: Bertha Lutz

Não é de hoje que a ciência muda o mundo, mas talvez já tenha passado da hora de mostrar a importância dos nomes por trás de toda a pesquisa que é feita diariamente. Para iniciar essa jornada da Ciência no Brasil, Bertha Lutz será a primeira de muitas pessoas a ter seu nome mencionado nessa nova saga do blog.

Nascida como Bertha Maria Júlia Lutz mas conhecida apenas como Bertha Lutz. Esse foi o nome de uma das grandes pesquisadoras e ativistas do Brasil. Apesar de ter sido criada na Europa e ter se formado na Universidade de Sorbonne em Ciências Naturais, seu segundo diploma (Direito) foi na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A pequena Lutz já nasceu com grande influência da ciência em sua vida, sendo filha de um cientista e pioneiro Adolfo Lutz e da enfermeira inglesa Amy Fowler.

Outro ponto que sempre foi muito forte em sua vida foi a motivação para correr atrás de seus direitos, participando desde muito nova de movimentos feministas como a campanha sufragista de Paris.

Em 1918 quando já estava no Brasil, foi a segunda mulher a conseguir um cargo no serviço público no país, como bióloga no Museu Nacional e foi crescendo em sua carreira, chegando a ser chefe do setor de Botânica no mesmo museu.

Trabalhou por longos 46 anos na instituição, alcançando reputação internacional com sua extensa pesquisa em espécies anfíbias brasileiras, ajudando na pesquisa zoológica.

Mas infelizmente naquela época a mulher era vista como incapaz e não tinha direito nem mesmo de votar nas eleições, pensando nisso, Bertha decidiu criar o primeiro congresso feminista brasileiro. Insatisfeita com a situação que percebera não apenas no trabalho, mas na vida como um todo, criou (em 1919) a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher.

Não muitos anos depois (1932) dessa criação, conseguiu, juntamente com suas companheiras, que o presidente Getúlio Vargas assinasse o direito ao voto feminino.

Alguns anos mais tarde, ainda como líder da Liga, conseguiu papéis importantes na política como o cargo de Câmara Federal, em 1936, e lutou diariamente pela igualdade salarial, redução da jornada de trabalho e também pela licença maternidade.

Com seu importante papel, também conseguiu participar de algumas conferências, como a de São Francisco em 1945, sendo a única mulher da comitiva brasileira.

Para entender um pouco mais de sua história, é possível assistir ao documentário chamado A Mulher na Carta da ONU.