A doença que quase acabou com uma dinastia

A Hemofilia é uma doença genético-hereditária onde a coagulação do sangue é problemática, podendo matar uma pessoa com apenas um machucado comum do dia a dia.

E esse foi o caso do filho mais velho da Rainha Victória da Inglaterra, que morreu dez dias antes de seu aniversário de 31 anos.

Leopoldo era Duque de Albany mas descobriu que era portador do gene do cromossoma X quando ainda era pequeno, aos 3 anos de idade, e foi então que toda a família real entrou em pânico.

Outras três filhas da rainha também tinham a doença (Vicky, Alice e Beatriz), mas foi descoberto apenas quando eram mais velhas, já que a Hemofilia é mais comum em homens e não se manifesta muito quando uma mulher o tem, mas por não saberem que eram doentes, quando casaram com outros príncipes europeus, acabaram disseminando ainda mais a doença pelo continente, já que ela é transmissível.

Na época o conhecimento sobre esse assunto era muito pouco, mas supôs-se que o gene teria vindo do lado da rainha Victória, o que se confirmou um tempo depois, já que a doença ocorria frequentemente quando os pais possuem filhos quando são velhos, que foi o caso do Duque de Kent e Strathearn, Eduardo, o pai da rainha Victória.

O caso estava ficando cada vez mais fatal e a familia real inglesa estava com medo de perder sua dinastia como um todo, já que todos poderiam ter a doença, fazendo com que a morte ficasse ainda mais possível, já que na época a morte ainda era bem mais comum que hoje em dia.

A Hemofilia era uma ameaça à vida naquela época, já que durante o século 19 a mortalidade ainda era alta, principalmente em crianças. Ela faz com que qualquer doença fique ainda pior, já que o sangue não é bem coagulado.

Como o Duque de Albany morreu?

Quando descobriu que tinha a doença, Leopoldo foi muito bem cuidado para evitar a morte, mas em 1861 contraiu sarampo e quase morreu, diziam que foi um milagre sua melhora.

Mas em 1884 esse milagre não ocorreria novamente, ele tinha machucado o joelho duas vezes seguidas, e na segunda vez acabou tendo uma hemorragia e morreu em menos de 24 horas.

Em uma pessoa sem Hemofilia, isso apenas seria um incômodo e em alguns dias já estaria andando novamente, mas para o Duque de Albany, esse foi o fim.

Casas reais com Hemofilia

Infelizmente essa doença acabou se espalhando, através da família real inglesa, para outras dinastias através das irmãs do Duque.

Vicky se casou com um membro da casa Hohenzollern do Império Alemão e Alice foi para a casa de Hesse-Darmstadt.

Alguns anos depois, surgiu mais casos dentro da dinastia de Bourbon da Espanha e também na casa Romanov da Rússia, pois as netas da Rainha Victória se casaram.

Esses casamentos foram de Alice de Hesse e Reno com o Czar Nicolau II e Vitória Eugénia de Battenberg com Alfonso XIII da Espanha.

Como foi descoberta a primeira vacina do mundo

A primeira vacina do mundo a ser criada foi para a varíola, uma das doenças que mais matou no mundo. Além disso, ela era extremamente contagiosa.

Era tida como o ‘horror’ da época! Só para fazer uma comparação: o novo coronavírus tem uma taxa de letalidade global de 6,5%, a varíola tinha taxas de 30%” disse a assessora da Organização Mundial da Saúde (OMS) em entrevista.

Naquela época, as pessoas não acreditavam na ciência e muitas vezes, quando alguém ficava doente, culpavam forças malignas ou algum tipo de punição feita por Deus. Mas o médico inglês Edward Jenner era um homem à frente de seu tempo pois foi capaz de descobrir a cura para uma doença e desenvolveu uma vacina para o combate da varíola de uma forma perigosa e criativa.

Como foi descoberta a primeira vacina do mundo

Alguns pesquisadores da época perceberam que as pessoas que ordenhavam vacas tinham uma maior resistência ao vírus, ficando com apenas alguns sintomas leves da doença. Edward seguiu a mesma linha de raciocínio e usou uma dessas pessoas para a sua experiência. Ele achou uma vaca contaminada com a doença e coletou o pus extraído das feridas do animal.

Logo em seguida chamou o filho de seu jardineiro para ser a nova cobaia e inoculou a substância na criança. Esperou algumas semanas para que o vírus bovino fizesse efeito e então aplicou o próprio vírus da varíola no braço do menino. Percebeu então que o garoto não estava doente, já estava imune.

O médico foi muito perspicaz, já que ele conseguiu perceber que se tivesse aplicado as duas substâncias juntas, o organismo do menino não teria tempo para conseguir processar e se proteger da doença.

Jenner foi ridicularizado por muitas pessoas, pois não acreditavam em vacinas, alguns jornais até divulgavam charges falando que pessoas que se imunizassem, poderiam se transformar em uma vaca. Se mostrando imune também aos xingamentos, ele continuou aplicando vacinas em todos que aparecessem em sua casa pedindo ajuda.

Por causa desta vacinação, a doença foi erradicada.

As 5 piores pandemias da história

O cenário atual pode parecer diferente de tudo o que se conhece, mas a história pode mostrar as semelhanças que já aconteceram em outros momentos da humanidade, onde doenças poderiam ter sido evitadas ao invés de espalhadas pelo mundo inteiro.

Peste Negra (bubônica)

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Na segunda metade do século XIV aconteceu uma pandemia que atacou principalmente na Europa e que matou cerca de um terço de sua população, levando o continente a uma grande crise, repleta de revoltas e guerras durante a Idade Média.

A sua propagação começou por meio de pulgas e ratos, já que naquela época a higiene era precária e aconteciam infestações desses animais.

A causadora de tudo isso era a bactéria Yersinia pestis, e o nome da doença foi inspirado em um dos sintomas, as manchas negras que ficavam na pele.

Cólera

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Quando a cólera surgiu, nos anos de 1800, ninguém entendia o que estava acontecendo. As pessoas pensaram que o vírus estava no ar.

O médico inglês, John Snow, estudou a doença e elaborou a tese de que a doença era transmitida por meio da água contaminada por fezes. Para provar que estava certo, estudou as evidências em diferentes locais e depois de um tempo, percebeu que onde a água dos rios eram poluídos com o despejo de esgoto, os casos eram maiores.

Snow ainda escreveu um artigo sobre a doença, mostrando seus estudos e dando dicas de como acabar com a pandemia de maneira simples (com saneamento básico e a recomendação de lavar as mãos e também ferver a água antes de beber).

Varíola

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A varíola foi uma das doenças contagiosas que mais matou na história. Era causada pelo vírus Orthopoxvírus variolae e era transmitido por meio das vias respiratórias.

Apesar da doença ter sido erradicada em 1980 graças a uma campanha de vacinação, muitas pessoas daquela época eram contra a vacina. No Brasil, após uma lei de obrigatoriedade da vacinação ser aprovada, muitos começaram a apelidá-la de Código de Torturas.

Gripe Espanhola

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No ano de 1918 cerca de 50 a 100 milhões de pessoas morreram por causa da Gripe Espanhola, causada por um subtipo de vírus influenza.

Nesse ano também aconteceu a Primeira Guerra Mundial, impactando diretamente os países participantes por causa da movimentação de tropas e assim se espalhou pelo mundo inteiro.

A doença recebeu esse nome por conta da cobertura jornalística espanhola, já que o país não fazia parte da guerra e podia falar abertamente sobre o assunto. As informações da Gripe foram escondidas em países que estavam em guerra para que não passassem uma imagem de fraqueza e criar pânico entre os soldados.

Já no Brasil, as pessoas procuraram criar remédios caseiros com cachaça, limão e mel. Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça, foi com essa receita que a caipirinha surgiu.

Gripe Suína

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Em 2009 o vírus H1N1 causou a primeira pandemia do século 21 e causou a morte de milhares de pessoas.

Além dos humanos, porcos também podiam contrair o vírus, e daí se criou o nome da doença.

Como todas as outras, esta pandemia também foi controlada por meio de vacinação.

Outras doenças

É possível que aconteça outros surtos no futuro, já que muitas pessoas estão escolhendo não se vacinar. Doenças já erradicadas estão começando a voltar, como: Sarampo, Poliomielite, Difteria e Rubéola.

Não deixe de ver o Calendário Nacional de Vacinação.