A primeira samurai do mundo

Os samurais são mundialmente famosos, seja na história ou até mesmo pelos filmes que foram se disseminando nos cinemas. Mas quase sempre as pessoas se lembram de homens ao ouvir a palavra “samurai”, mas existem mulheres nesse ramo também. A primeira samurai do mundo quebrou diversas barreiras e sua vida não foi nada fácil, mas foi um passo na direção certa.

Hoje em dia existem mais mulheres samurais, como por exemplo as Onna-bugeisha.

Como a cultura japonesa de samurais começou?

A cultura japonesa dos samurais começou a se desenvolver no final do século XII e floresceu durante os séculos XIII até o século XIX. A formação dessa cultura está relacionada a uma série de eventos históricos, transformações sociais e influências culturais no Japão feudal.

Uma das principais influências foi a ascensão dos clãs guerreiros, como o Clã Minamoto e o Clã Taira, que travaram uma longa guerra civil conhecida como Genpei War (1180-1185). Essa guerra levou ao estabelecimento do governo militar conhecido como bakufu, com os samurais como classe dominante.

Outra influência foi a introdução de conceitos e práticas militares do continente asiático, principalmente da China, através de intercâmbios culturais e contato com os mongóis. Isso incluía táticas de combate, armamento, organização militar e filosofias guerreiras.

A cultura dos samurais foi moldada pelo código ético conhecido como bushido, que enfatizava valores como lealdade, honra, coragem, justiça e autodisciplina. O bushido servia como um guia de conduta para os samurais, incentivando-os a se tornarem guerreiros virtuosos e servir seus senhores com devoção.

Os samurais também estavam intimamente associados ao sistema feudal japonês, no qual os senhores feudais, conhecidos como daimyos, concediam terras e privilégios aos samurais em troca de seu serviço militar e lealdade. Esse sistema estruturado proporcionava aos samurais um status social privilegiado e responsabilidades militares.

No final do século XIX, com o fim do período feudal e a modernização do Japão, a classe samurai perdeu sua relevância e foi abolida. No entanto, sua influência na cultura japonesa e sua imagem romântica persistiram, tornando-os ícones emblemáticos da história e tradição do Japão.

Quem foi Tomoe Gozen?

A primeira samurai mulher do mundo foi Tomoe Gozen. Ela viveu no Japão durante o século XII, durante o período conhecido como Genpei War.

Ela era uma guerreira habilidosa e destemida que lutou ao lado de seu senhor, Minamoto no Yoshinaka, nas batalhas contra o Clã Taira. Sua bravura e habilidade em combate eram amplamente reconhecidas, e ela é frequentemente descrita como uma das mais formidáveis guerreiras do período.

Embora Tomoe seja considerada a primeira samurai mulher, é importante notar que a posição das mulheres no Japão feudal era geralmente restrita, e a presença de mulheres samurais era relativamente rara.

O que é Onna-bugeisha?

Onna-bugeisha é um termo japonês que se refere a mulheres guerreiras da classe samurai no Japão feudal. A palavra “onna” significa “mulher” em japonês, e “bugeisha” se refere a uma pessoa habilidosa em artes marciais. As onna-bugeisha eram mulheres treinadas nas artes da guerra e lutavam ao lado dos samurais em batalhas.

Embora a imagem popular dos samurais seja frequentemente associada aos homens, as onna-bugeisha eram uma presença real e significativa na sociedade japonesa feudal. Elas eram treinadas em várias habilidades de combate, como o uso de espadas, arcos e flechas, lanças e outras armas tradicionais. Além disso, também eram instruídas em táticas de batalha, defesa e equitação.

As onna-bugeisha desempenhavam um papel importante na proteção de suas casas, famílias e terras durante períodos de conflito. Elas eram valorizadas por sua coragem, habilidade em combate e dedicação ao código de honra samurai, conhecido como bushido.

Embora o papel tenha diminuído com o tempo, principalmente com a estabilização do Japão e a centralização do poder nas mãos do xogunato, elas deixaram um legado significativo na história e cultura japonesas. Sua história é frequentemente retratada em lendas, contos populares, obras de arte e literatura. Hoje em dia, as onna-bugeisha são frequentemente celebradas como símbolos de força, coragem e determinação das mulheres no Japão feudal.

Qual foi o primeiro samurai do mundo?

O termo “samurai” é especificamente associado à classe guerreira do Japão feudal. Portanto, se considerarmos o contexto histórico e cultural do Japão, o primeiro samurai do mundo seria um indivíduo japonês. No entanto, é importante notar que o conceito de um guerreiro dedicado e habilidoso não é exclusivo do Japão. Outras culturas também tiveram guerreiros de elite em suas respectivas histórias.

No contexto japonês, acredita-se que o primeiro samurai do Japão tenha sido um guerreiro chamado Seiwa Genji. Ele viveu no século IX e foi um membro do clã Genji. O clã Genji, particularmente seu ramo Minamoto, desempenhou um papel significativo na história dos samurais no Japão. Ao longo dos séculos, os samurais se tornaram uma classe militar proeminente, conhecidos por sua lealdade aos seus senhores, habilidades marciais e código de conduta conhecido como bushido.

O que é o O Caminho do Guerreiro Samurai?

O Caminho do Guerreiro Samurai é conhecido como Bushido, que pode ser traduzido como “o caminho do guerreiro” ou “o caminho do samurai”. É um código ético e filosófico que governava a conduta e o comportamento dos samurais no Japão feudal.

Ele estabelecia um conjunto de valores e princípios morais que os samurais eram encorajados a seguir. Esses valores eram essenciais para forjar um guerreiro virtuoso e leal, e incluíam:

  • Lealdade (Chuu): Os samurais eram esperados para demonstrar fidelidade absoluta a seu senhor feudal. A lealdade era considerada uma virtude supremamente importante, e um samurai estava disposto a sacrificar sua vida em nome de seu senhor.
  • Honra (Meiyo): A honra era uma qualidade essencial para os samurais. Eles eram encorajados a agir com integridade, coragem e respeito em todas as suas ações, buscando preservar sua reputação e a de sua família.
  • Coragem (Yuu): A coragem era fundamental para os samurais, tanto no campo de batalha quanto na vida cotidiana. Eles deveriam enfrentar os desafios com bravura, superando o medo e demonstrando determinação.
  • Justiça (Gi): Os samurais eram instruídos a agir com justiça e retidão. Eles deveriam ser imparciais em seus julgamentos e proteger os fracos, além de promover a ordem e a paz.
  • Benevolência (Jin): A benevolência era um aspecto essencial do Bushido. Os samurais eram incentivados a serem compassivos e prestativos com os outros, especialmente com aqueles em desvantagem.
  • Sinceridade (Makoto): A sinceridade era valorizada entre os samurais. Eles eram ensinados a serem honestos e a cumprir suas promessas, mantendo a palavra dada.

Esses princípios do Bushido, combinados com a proficiência nas artes marciais, ajudavam a moldar a identidade dos samurais como uma classe guerreira distintiva. Serviam também como uma bússola moral e um guia para suas ações, estabelecendo um padrão elevado de conduta a ser seguido.

Quem foi Isabel I de Castela?

Isabel I de Castela é considerada uma das mais importantes rainhas da história espanhola e teve um impacto significativo na formação da Espanha moderna. Sua influência e legado continuam sendo reconhecidos até hoje. Você conhece essa história?

Quem foi Isabel I?

Isabel I de Castela, também conhecida como Isabel a Católica, foi uma rainha que governou o Reino de Castela e Leão desde 1474 até sua morte em 1504.

Ela nasceu em Madrigal de las Altas Torres, Espanha, e é lembrada por suas realizações políticas, diplomáticas e religiosas, que tiveram um impacto duradouro na história da Espanha e do mundo. Ela ascendeu ao trono de Castela após a morte de seu meio-irmão, Henrique IV, e enfrentou uma guerra de sucessão contra a princesa Joana, conhecida como “La Beltraneja”. Isabel acabou emergindo vitoriosa e consolidou seu reinado.

Um dos eventos mais importantes de seu reinado foi a união dinástica de Castela e Aragão através de seu casamento com Fernando II de Aragão, em 1469. Essa união política, conhecida como o casamento dos Reis Católicos, estabeleceu as bases para a formação da Espanha moderna.

Juntos, Isabel e Fernando patrocinaram a expedição de Cristóvão Colombo em 1492, que resultou na chegada da Europa às Américas. Eles também apoiaram as viagens de exploração de outros navegadores espanhóis, o que levou à expansão do império espanhol.

Ela foi uma governante religiosamente devota e desempenhou um papel fundamental na unificação da Espanha sob a fé católica.

Foi também a responsável pela expulsão dos judeus da Espanha em 1492, através do Decreto de Alhambra, e pela instauração do Tribunal da Inquisição Espanhola, que visava a purificação religiosa e a erradicação do protestantismo e de outras crenças consideradas heréticas.

Além de suas conquistas políticas e religiosas, Isabel I também promoveu a educação, as artes e as ciências em seu reino. Ela apoiou os estudos de figuras proeminentes como o astrônomo Cristóvão Colombo, o humanista Antonio de Nebrija e o filósofo Francisco Jiménez de Cisneros.

O Novo Mundo

O povoamento situado no norte da ilha de Hispaniola, que hoje é dividida entre a República Dominicana e o Haiti, foi estabelecido pelos espanhóis durante a época do colonialismo europeu nas Américas.

Em 1492, Cristóvão Colombo chegou à ilha de Hispaniola durante sua primeira viagem ao Novo Mundo, representando a Coroa Espanhola. Os espanhóis começaram a colonizar a ilha, fundando a primeira colônia europeia permanente nas Américas, chamada La Isabela, na costa norte de Hispaniola, em 1493.

No entanto, La Isabela enfrentou vários desafios, incluindo doenças, falta de recursos e conflitos com os povos indígenas locais, como os taínos. Como resultado, a colônia não teve sucesso duradouro, e os espanhóis estabeleceram uma nova cidade chamada Santo Domingo, na costa sul de Hispaniola, em 1496. Santo Domingo tornou-se a primeira capital espanhola nas Américas e foi o principal centro de colonização e administração espanhola na ilha.

Ao longo dos anos, os espanhóis continuaram a expandir seu domínio sobre Hispaniola, explorando e colonizando outras áreas da ilha. A região norte da ilha, incluindo cidades como Santiago de los Caballeros e Puerto Plata, foi gradualmente povoada pelos colonos espanhóis e tornou-se uma importante área agrícola e comercial.

Vale ressaltar que durante o período colonial, a ilha de Hispaniola passou por mudanças significativas na sua população devido à exploração dos povos indígenas, escravidão africana e influência de outras potências coloniais, como a França. No final do século XVII, a parte ocidental da ilha (hoje Haiti) foi cedida à França pelos espanhóis e se tornou uma colônia francesa conhecida como Saint-Domingue.

Atualmente, a ilha de Hispaniola está dividida entre dois países: a República Dominicana, que ocupa a parte leste e sul, e o Haiti, que ocupa a parte oeste. Cada país possui sua própria história, cultura e sociedade, mas compartilham uma história comum de colonização e influências europeias.

Star Wars: política, religião e sabres de luz

A saga dos filmes de Star Wars teve início em 1977, mas até hoje os fãs ainda recebem novidades sobre esse mundo galáctico distante, ou será que ele não é tão longe assim da nossa realidade?

Hoje em dia existem diversos livros, filmes, spin-off e séries, mas apenas nos filmes principais já podemos perceber a grande quantidade de inspirações e influências que a história contém do mundo real.

Contexto histórico

Na época que o legado de George Lucas se iniciou, haviam muitos problemas no mundo político, seja no cenário mundial ou no próprio país do criador da história, os Estados Unidos.

Por exemplo, o primeiro filme (Uma Nova Esperança) foi lançado 4 anos antes do julgamento do caso Watergate, o maior escândalo político da época e o que fez Nixon renunciar ao cargo de presidente americano.

No cenário mundial, estava acontecendo a Guerra do Vietnã (1955-1975) e Nixon estava tentando concorrer a um segundo mandato, mesmo depois de tantos escândalos.

Em uma entrevista feita em 2005, o próprio diretor do filme, George Lucas, disse:

“Isso me levou a pensar historicamente sobre como as democracias se transformam em ditaduras. Porque as democracias não são derrubadas, elas são entregues”

Na trilogia original existe um conflito entre o Império – um regime autoritário – e aliança rebelde, cidadãos que lutavam contra as imposições de um ditador.

Anakin Skywalker

A história de um dos principais personagens da saga Star Wars é a de Anakin Skywalker, um Jedi promissor que todos pensam ser a solução de todos os problemas.

Mas ao se deparar na forma como os líderes do grupo de Jedi se comportavam, percebeu que nenhum dos lados estava correto e ficou cada dia mais frustrado, até passar para o lado negro da força e se tornando o Sith Darth Vader.

Ao ouvir a frase “se você não está comigo, você é meu inimigo” de Vader, é possível perceber que o personagem foi inspirado em George Bush, que dizia “você está conosco ou contra nós.

O imperador Palpatine

O Lorde Sith Darth Sidious ou Palpatine subverteu todo o Senado e dessa forma, conseguiu assumir um cargo de poder.

Quando questionado se Palpatine algum dia havia sido um Jedi, o diretor de Star Wars disse que não, ele sempre foi apenas um político e que seu nome também poderia ser Richard M. Nixon.

Rogue One

Para o filme lançado em 2016, Rogue One, o roteirista Chris Weitz disse na época que seria uma ótima forma de associar o Império a grupos supremacistas brancos.

Logo quando isso aconteceu, diversas pessoas pensaram em boicotar a saga, levantando a hashtag #DumpStarWars no Twitter, mas felizmente a história continua sendo um grande sucesso até os dias de hoje, mostrando que nem sempre os grupos extremistas vão ganhar.

Andor

A série Andor, que estreou em 2022, também tem muito da vida real, mas dessa vez decidiram sair dos Estados Unidos focar em Israel.

Eli Cohen foi um agente espião israelense em 1960 e falava diversas línguas, como árabe, inglês, francês e hebraico. Por causa de seus conhecimentos, foi mandado para Buenos Aires em uma missão e precisou criar uma vida dupla. E como conseguiu diversas informações, era muito valioso para que o deixassem simplesmente sair da agência de Israel. 

Por esse mesmo motivo, inevitavelmente acabou morrendo por conta de seu trabalho. 

The Mandalorian

A série lançada em 2019 chamada The Mandalorian pode ser bem sutil, mas ela fala de uma forma muito interessante sobre a crença e até que ponto nós vamos por ela.

Os mandalorianos são caçadores de recompensa que tem certo fanatismo religioso e uma das principais regras do Caminho de Mandalore é que você nunca deve remover seu capacete, não importa a situação e também precisa fazer um juramento para entrar no grupo.

Din Djarin (Pedro Pascal) é o principal da série, e logo na primeira temporada ele tira seu capacete, porque percebeu com suas experiências recentes que talvez isso não seja tão importante assim, mas logo decide voltar pra o seu grupo, uma espécie de seita, e não é bem recebido pois quebrou a regra principal do grupo.

Por isso, ele faz de tudo para conseguir seu perdão e acaba ficando cego.

Os mandalorianos acabaram se dividindo em grupos quando o planeta deles foi atacado, e nem todos fazem questão de seguir alguns mandamentos, como o de retirar ou não o capacete.

Esse é o caso da líder Bo-Katan, que Din Djarin conhece em uma de suas aventuras, fazendo o público perceber que não existe apenas um único caminho.

Prevendo o futuro

Em uma tentativa de explorar o futuro e como seria o governo de Bush, George Lucas criou um filme onde mostrava como uma república popular pode se transformar facilmente em um império.

É possível perceber isso nos filmes A Ameaça Fantasma (1999), O Ataque dos Clones (2002) e A Vingança dos Sith (2005), já que eles foram lançados conforme o cenário político da época mudava.

As tropas do Partido Nazista

Uma das maiores franquias da história do cinema também se inspirou em uma das maiores guerras do mundo, a Segunda Guerra Mundial.

O grande exemplo de como observar isso é com a frase da senadora Padmé: “É assim que a liberdade morre, com um estrondoso aplauso”, pois Adolf Hitler conseguiu dominar diversos países militarmente só depois de dominar a Alemanha com seus discursos recheados de belas palavras, enquanto o público o aplaudia.

Com sua alegoria do fascismo e nazismo, os soldados do exército de Darth Vader podem ser comparadas facilmente com as tropas alemã, que se chamavam Sturm Abteilung.

Sturm Abteilung poderia ser traduzido no português como Batalhão Tempestade, e as tropas de Vader se chamam Stormtrooper, algo como Soldado da Tempestade.

A Ordem Jedi

Nos filmes, o grupo de Jedi é liderado pela Ordem, composta por alguns líderes, como o Yoda. A ideia desse Conselho é ser uma base oposta ao lado negro da força, o mal. Mas todos precisam seguir regras, como não ter relacionamentos amorosos, por exemplo.

Esses conselheiros acabam se tornando tão importantes que eles acabam ficando cegos, achando que nunca irão perder, já que em teoria, o bem sempre vence o mal e obcecados por esse poder, acabam deixando detalhes muito importantes passar despercebido.

Expedição Jari: a Amazônia nazista

Uma cidade chamada Laranjal do Jari, a mais de 200 km de Macapá chama a atenção de turistas que buscam por cachoeiras e por curiosos da história, já que uma cruz nazista de madeira de três metros de altura ainda está lá.

A estrutura contém a seguinte frase escrita em alemão:

“Joseph Greiner morreu aqui, de febre, em 2 de janeiro de 1936 a serviço da pesquisa alemã”

Essa pesquisa na verdade era a Expedição Jari, que ocorreu quando um grupo de alemães desembarcou em terras brasileiras em 1935, com um projeto para colonizar a Amazônia.

O alemão Joseph Greiner e outros integrantes nazistas ficaram pelo menos dois anos na região para estudar e levar informações para a Alemanha, como sobre a fauna, flora e dados da cultura indígena da região, mas ao longo do tempo o grupo desenvolveu algumas doenças, como febre amarela, malária e difteria, fazendo com que o projeto não fosse bem sucedido.

Mas as informações foram entregues, com dados, fotos e vídeos, o que poderia facilitar a comunicação entre os dois povos no futuro.

Quem foi Joseph Greiner?

Joseph Greiner foi um escritor austríaco que publicou duas memórias sobre quando conheceu Adolf Hitler, mas aos 15 anos foi morar no Rio de Janeiro e aceitou fazer parte da Expedição Jari na década de 1930, morrendo poucos anos depois.

No livro Rätsel der Urwaldhölle, de Otto Schulz-Kampfhenkel, diz que o engenheiro Gerhard Krause encontrou Joseph morto e imediatamente esculpiu a cruz que conhecemos hoje em dia.

O plano alemão

O verdadeiro objetivo só foi descoberto após o chamado Projeto Guiana, onde o plano era uma tomada militar na Guiana Francesa, e até então a Expedição teria como objetivo estudar a natureza e os animais brasileiros, segundo o Instituto de Biologia Kaiser Wilhelm e também a imprensa alemã, já que na manchete de outubro de 1935 o jornal Westfäliche Landeszeitung escreveu que “Pela primeira vez a suástica será vista sobre a foz do Amazonas”.

Nessa época Joseph Greiner já morava no Brasil, mas o grupo de Otto Schulz-Kampfhenkel, promovido a SS Untersturmführer (patente paramilitar), estava desembarcando no país.

Com ele, vieram Gerd Kahle, Gerhard Krause e um grupo de 16 pessoas.

Mesmo depois de tantas pesquisas e coleta de dados, até hoje não se sabe o verdadeiro motivo pelo qual os nazistas estavam aqui, mas os historiadores afirmam que poderia ser um plano parecido com o do Projeto Guiana.

O fim da Expedição Jari

O fim do financiamento do governo nazista veio em 1937, mas cerca de 1.200 itens foram levados, entre eles alguns itens que os povos indígenas Aparaí, Wayana e Oayana fabricaram e ossadas de animais.

Mais de 1500 itens foram registrados no livro de Schulz-Kampfhenkel, 2700 metros de película de filme e 2500 fotografias foram levadas para o Museu de Etnologia de Berlim.

As ossadas de animais como macaco, onça-pintada, cutia, preguiça e queixada foram levados para o Museu de História Natural de Berlim.

Mesmo com tanta pesquisa, Schulz nunca descobriu nada novo, ficando esquecido na história.

Castelo flutuante: o navio do rei Hans

Milhares de castelos eram construídos durante a época medieval, mas poucos reis e rainhas foram tão ousados quanto o rei dinamarquês-norueguês Hans. Ele tinha um castelo flutuante.

O navio do rei Hans afundou em 1495, mas só em agosto de 2022 é que essa história foi descoberta pelos pesquisadores da Universidade de Lund, do Museu Blekinge e também do Museu Dinamarquês do Navio Viking. O naufrágio foi encontrado na costa de Ronneby, na Suécia.

Esse navio de guerra se chamava Gribshunden mas tinha um propósito bem diferente dos outros navios, pois não fazia apenas expedições e combates marítimos, mas também foi uma espécie de centro administrativo já que o rei tinha um objetivo bem claro em sua vida: unificar a Europa nórdica.

Foi exatamente no mesmo ano do naufrágio que ele chegaria em em Kalmar, na Suécia, para ser eleito governante e fazer a união escandinava. E para impressionar o conselho sueco, estava carregado de mercadorias de prestígio, mas acabou não chegando até o seu destino final.

Mesmo ele sendo um dos mais bem-preservado da Era da Exploração, o motivo do acidente ainda é um mistério mas os pesquisadores acreditam que por algum motivo aconteceu um incêndio no ancoradouro de Ronneby (Suécia).

A história conta que cerca de 150 homens a bordo morreram mas naquele momento o rei e toda a comitiva estavam em terra firme.

A montanha mais alta de Berlim

Teufelsberg

Durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais muitas coisas foram destruídas e para não desperdiçar nada, alguns países decidiram criar montanhas com destroços e modificar a paisagem e algumas vezes, até criar pontos turísticos.

Um bom exemplo disso é a Montanha do Diabo (Teufelsberg), em Berlim. Essa espécie de galeria ao ar livre de arte de rua já foi a Faculdade de Tecnologia Militar durante o governo nazista, mas foi destruída durante a 2ª Guerra Mundial.

Percebendo que cerca de um terço dos locais de Berlim estavam destruídos, o Governo levou 26 milhões de metros cúbicos de entulho(bombeiros dizem que são as 400.000 de casas bombardeadas na redondeza) para criar uma montanha de escombros onde antigamente era a escola e hoje em dia esse local é um dos mais altos da capital da Alemanha, com mais de 114 metros acima do nível do mar.

Com isso, durante a Guerra Fria, os Estados Unidos decidiu reaproveitar o local e usá-la como base de espionagem mas tudo foi abandonado com a queda do Muro de Berlim.

Hoje em dia é difícil de dizer que aquela montanha repleta de verde é, na realidade, um monte de lixo mas conforme o turista adentra o antigo conjunto de torres de 1960 a história daquele lugar vai surgindo.

Muitas pessoas tentaram comprar o local para criar espaços diferentes, como um retiro de yoga, hotel de luxo e até museu particular mas nada foi feito por conta das imensas dívidas que vem com o lugar.

Para não deixar a montanha abandonada, atualmente ela é uma galeria de arte com diversos grafites sendo criados desde 2013, onde além de apreciar a arte é possível aprender sobre o passado e aproveitar a belíssima vista de Berlim.

Para visitar Teufelsberg é preciso agendar um tour pelo local antes.

Peaky Blinders: uma história real

No dia 10 de junho saiu a sexta temporada de Peaky Blinders, uma série de ficção histórica que traz ao conhecimento público a história de uma gangue inglesa.

Mesmo que alguns pontos sejam fictícios, a série foi baseada em fatos reais, como o nome por exemplo, o nome. A gangue realmente se chamava Peaky Blinders.

Peaky é uma referência para as boinas com aba que todos os integrantes usavam, já a parte do Blinders é um pouco mais vaidoso, já que essa gíria de Birmingham era para designar uma aparência elegante e essa elegância toda era uma marca especial da gangue, já que era incomum que membros de qualquer outra gangue se vestissem tão bem naquela época. Seus ternos sob medida realmente deram o que falar porque dessa forma toda a população de Small Heath, a polícia e as gangues rivais conseguiam os distinguir de cara.

E esse nome combinava não apenas com a aparência deles mas como o modo de agir do grupo, já que abordavam as pessoas por trás e cobriam o rosto delas usando a famosa boina, assim não saberiam quem havia roubado elas.

A família Shelby da vida real nunca existiu, já que a gangue era formada apenas por amigos mas alguns membros foram inspirados por pessoas reais. Thomas Shelby era na verdade Thomas Gilbert, responsável por realizar grilagem de terras. Já Billy Kimber, ao contrário do que mostra na série, era um membro Peaky também, mas decidiu sair e criar sua própria gangue, a chamada Brummagen Boys.

Em 1890 a área de Small Heath, em Birmingham, era a mais pobre e perigosa de toda a Inglaterra e foi exatamente nela que surgiram os Peaky Blinders. Nesse mesmo ano um homem com o crânio quebrado apareceu e ficou conhecido como o primeiro assassinato do grupo.

Mesmo com toda a agressividade, roubos, apostas ilegais, invasão à domicílio e porte ilegal de arma, os membros ficavam no máximo um mês presos por causa de seus esquemas de proteção através de corrupção policial e suborno. Assim como na série, eles de fato controlavam toda Birmingham.

Sim, o grupo tinha realmente fazia apostas de cavalos e futebol, mas naquela época qualquer pessoa podia apostar ou ser um bookmaker. O que eles faziam de diferente e ilegal era a extorsão, já que ficavam com até 50% da renda das casas de apostas da região. Os só saíram do poder na década de 1930, quando o líder de uma gangue italiana chamado Charles Darby Sabini tomou conta.

Outro fato que foi levemente modificado foi o corte de cabelo da série, mesmo que os Blinders tivessem esse corte, eles usavam apenas uma mecha de cabelo para fora da boina e isso era uma marca registrada dos Peaky Blinders.

Talvez o personagem que mais chame a atenção hoje em dia seja o político inglês Oswald Mosley, amigo de Mussolini e Hitler. Além de possuir o título hereditário de 6º Baronete, também fez parte da cavalaria e da Royal Flying Corps durante a Primeira Guerra Mundial, só parou quando sofreu um acidente e seu tornozelo quebrou, ficando inválido para participar da luta.

Pouco tempo depois, em 1918, já era muito popular na Câmara dos Comuns e participava de partidos políticos como o Partido Independente e o Partido do Trabalhador. Quando casou com Lady Cynthia Curzon, a festa de casamento contou com presenças ilustres como a do rei George V e da rainha Mary de Teck.

Após sua primeira esposa morrer, Mosley casou-se novamente, dessa vez com uma de suas amantes (Diana Guinness) e em 1936 a lista de convidados do novo casamento contava com o próprio Adolf Hitler.

Achando que estava popular o suficiente, criou seu próprio partido chamado New Party (depois mudou para União Britânica de Fascistas), que contou com a proteção da gangue Biff Boys. Após conhecer as táticas de Hitler e Mussolini, decidiu ir para o lado fascista e a usar a mesma simbologia que os extremistas, chegando a criar seu próprio uniforme, aquela roupa toda preta que foi mencionada da série.

Na série da Netflix e da BBC, Thomas Shelby menciona várias vezes que jornais como Daily Mail e Daily Mirror eram ruins, isso se dá por causa da afiliação dos donos destes jornais (na vida real) ao partido de Oswald Mosley.

Como havia participado da Primeira Guerra Mundial, um de seus objetivos era evitar a Segunda Guerra Mundial ao se aliar com Hitler, mas nunca conseguiu ganhar força, mesmo ganhando um assento dentro do Parlamento Britânico, nunca conseguiu ser bem sucedido na política.

Ao contrário do que se diz na série, o grupo Peaky Blinders foi criado antes da Primeira Guerra, mas realmente participaram da batalha e muitos voltaram com transtorno de estresse pós-traumático, o que fez com que o grupo ficasse mais fragilizado e com o tempo, acabou perdendo importância.

Mesmo que a série não seja completamente baseada em fatos reais, vale a pena assistir.

O julgamento que levou um rato à forca

Muito se sabe sobre o czar Pedro III, mas um fato pouco comentado é o dia em que ele sentenciou um mero rato à forca por um motivo muito curioso.

O czar escondia um segredo e quando sua esposa saia de casa, ele vinha à tona. Esse segredo era seu vício em brinquedos, ele tinha uma coleção inteira de bonequinhos de guerra embaixo de sua cama e toda vez que sua esposa Catarina o deixava sozinho no quarto, ele montava e brincava fazendo formações militares com os pequenos soldados.

Mas o homem que mantinha sua criança viva certo dia resolveu brincar no momento errado pois havia um rato no quarto que acabou roendo alguns bonequinhos, mal sabia ele que aquela seria a última coisa que ele roeria em sua vida.

O pobre rato foi capturado no mesmo momento e levado para seu julgamento final. De lá, ele saiu com a pena de morte por enforcamento. Para isso, Pedro III mandou construir uma pequena forca para que o rato pudesse pagar pelo que fez da maneira correta.

Como naquela época era comum deixar uma pessoa morta em uma estaca para mostrar força e poder, ao final de seu enforcamento, o rato foi pregado na parede por 3 longos dias.

Ao chegar em casa, Catarina encontrou o rato na parede de seu quarto e perguntou assustada para o marido o que significava aquilo, e foi quando o czar respondeu que o animal precisava pagar pelo grande crime que havia cometido.

Mulheres Revolucionárias: Joana D’arc

Na França de 1400, existia uma jovem chamada Joana D’Arc. Ao contrário do que era comum para a época, ela conseguiu liderar tropas do rei Carlos VII e ganhou batalhas importantes durante a Guerra dos Cem Anos. Joana com certeza foi uma das mulheres revolucionárias do mundo.

Durante o século XV a França passava por grandes dificuldades dinásticas e sua população estava com problemas de terra, comida e financeiros. Como Joana morava no campo, viu que sua família estava passando por dificuldades por conta da Guerra, ela percebeu que precisava fazer alguma coisa a respeito.

Esta jovem mulher da antiguidade também era conhecida como Donzela de Orleans devido ao seu local de nascimento (Domrémy-la-Pucelle). Ela dizia que ouvia algumas vozes, e logo percebeu que elas eram de algumas entidades como o arcanjo Miguel, a Santa Catarina de Alexandria e também da Santa Margarida de Antioquia.

Segundo a própria, essas vozes poderosas a disseram para se juntar ao exército e garantir a coroação do rei da França, Carlos VII. E depois de 3 anos ouvindo essas vozes, foi exatamente o que fez, aos 16 anos D’arc foi para a guerra.

No começo, precisou convencer muitas pessoas de que conseguiria batalhar, já que as mulheres não participavam de nenhum tipo de guerra. Ao passar certo tempo em batalha, conseguiu até mesmo convencer o Rei de que era forte o suficiente para liderar um batalhão francês.

Este cenário ainda é confuso para os historiadores, alguns dizem que ela realmente foi para o campo de guerra, já outros dizem que ela fazia parte do time de estratégia e preparação das tropas do Rei. Mas seu nome ficou grandioso em dois campos de batalha: Orleans e Reims.

A coroação dos reis da França aconteciam na comuna de Reims, portanto uma das vitórias de Joana garantiu que a coroação de Carlos VII acontecesse em 1429. Ele já era monarca desde 1422, mas com a guerra a coroação precisou ser adiada.

Em 1430 foi capturada em batalha por borguinhões e acabou sendo vendida para os ingleses, onde permaneceu presa para ser julgada durante a Santa Inquisição.

Em seu julgamento, levaram em conta o fato dela vestir roupas de homens considerado como heresia e também a condenaram por bruxaria pelo fato dela dizer escutar vozes do além.

Mesmo sendo um dos principais nomes na Guerra dos Cem Anos, Joana D’arc foi queimada aos 19 anos em praça pública. Sua execução aconteceu em 1431, na cidade de Rouen, na França.

Apesar do passado ter sido injusto com as mulheres, D’arc foi beatificada e canonizada em 1909 e nos dias de hoje é tida como a Santa Padroeira da França.

Judy, a cachorra prisioneira

A Segunda Guerra Mundial foi um momento de muitas histórias curiosas mas o da Judy, a cachorra prisioneira talvez seja o mais curioso e fofo ao mesmo tempo.

Quem mostrou a história para o mundo foi o escritor Otavio Cohen, no livro História Bizarra da Segunda Guerra Mundial.

Judy, a cachorra prisioneira

Lá em 1942 o navio britânico HMS Grasshopper passava por Xangai e sua tripulação encontrou Judy na rua e a adotaram. Mas quando saíram de lá, rumo a Cingapura o Exército Japonês resolveu atacar o navio e os sobreviventes foram levados para um campo na prisioneiros em um campo na Indonésia, onde viraram prisioneiros, incluindo Judy.

Agora a queridinha da Marinha Real Britânica se tornou o xodó dos prisioneiros, mas um especial, o aviador Frank Williams, estava muito preocupado com ela. Para evitar que ela fosse morta, esperou um oficial japonês ficar bêbado e sugeriu um plano para proteger a cadelinha, colocá-la dentro da cela com os outros presos, assim ela teria uma maior proteção.

O plano deu certo e Judy se tornou uma prisioneira de guerra, seu número era POW 81A.

Algum tempo depois, eles precisaram ser transferidos para outro campo mas o navio foi atacado e em um ato de proteção para evitar uma bala perdida, a jogaram no mar.

Contra todas as probabilidades, depois de algum tempo Judy conseguiu se reencontrar com Frank Williams e após o final da Guerra, em 1945, os dois foram liberados de suas prisões.

Porém, o navio com destino a Inglaterra não permitia animais a bordo. Para não abandonar sua melhor amiga, Frank pediu ajuda para outros ex prisioneiros e conseguiu colocá-la no navio.

Chegando na Inglaterra, Judy foi condecorada e os dois ficaram unidos até o fim.