O que fazem os cambistas?

Nos últimos anos a quantidade de denúncias feitas por pessoas que estavam em filas para comprar ingressos para algum show e viram que alguns grupos tinham preferência na hora da compra aumentou significativamente.

As reclamações feitas eram contra cambistas, pessoas que compram ingressos e revendem da forma que bem desejarem. Mas é claro que não são apenas eles que lucram com a venda informal dos ingressos.

Os próprios cambistas dizem que existem acordos até com a Polícia Civil para que a venda seja feita sem maiores problemas e eles sequer precisam passar pelo trabalho de ficar na fila, apenas chegam no local e vão direto para o guichê, onde os próprios funcionários do local vendem os ingressos.

Mas quando esse tipo de revenda começou e qual é a origem desse nome?

Origem dos cambistas

Durante o século XI o comércio na Europa começou a se desenvolver e por isso as feiras medievais foram criadas. Elas reuniam mercadores de diversos países.

Elas aconteciam apenas uma ou duas vezes por ano, durante cerca de quinze dias, outras iam até dois meses de duração.

Foi nessa época que a moeda passou a ser a forma mais utilizada de pagamento e como os vendedores vinham de diversos países, as moedas eram diferentes umas das outras e foi aí que os cambistas surgiram.

Hoje em dia o nome cambista é utilizado para casas de câmbio de moeda, mas também para aquelas pessoas que compram algo e revendem, principalmente ingressos de jogos e show.

Não se sabe ao certo quando as pessoas começaram a comprar ingressos e revender, mas o que era algo pequeno e feito totalmente escondido, hoje é um plano elaborado com a ajuda de muitas pessoas.

Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, cambismo é o nome dado ao crime cometido pelos cambistas.

Show do Coldplay

Em 2022 o show da banda Coldplay foi muito tumultuada, já que alguns esquemas de cambista foram descobertos, mas infelizmente até hoje nada foi feito.

Em entrevista, um cambista disse que existe um acordo feito diretamente com a bilheteria do Memorial da América Latina, em São Paulo. Ou seja, o superfaturamento dos ingressos é algo comum e de conhecimento geral dentro da própria empresa que os vende.

A empresa responsável por esta venda seria a Eventim e além da bilheteria, o site de vendas também deu problema.

Um dos maiores problemas talvez tenha sido os bots de compra, já que eles possuem a capacidade de comprar em uma questão de segundos, sendo muito mais eficiente do que as pessoas e deixando os fãs sem uma oportunidade real, já que os cambistas é quem estão utilizando esse meio de compra.

Show do RBD

No começo do ano o grupo mexicano RBD realizou a venda de seus ingressos para shows em São Paulo e no Rio de Janeiro pela empresa Eventim e diversas pessoas afirmaram que foram coagidas a não ficarem na fila da bilheteria e alguns até foram ameaçados de morte.

Outras fontes dizem que os cambistas conseguiram até 40 ingressos, sendo que é permitido apenas 2 ingressos por CPF.

Segundo as pessoas que estavam na fila virtual da venda de ingressos feita pela Eventim, também aconteceram problemas na plataforma na hora da compra.

A venda seria feita às 10h, mas os ingressos já estavam esgotados às 10h01. A empresa disponibilizou ingressos aos poucos, deixando fãs desesperados, já que para conseguir comprar, você precisaria ficar atualizando a página de venda o dia inteiro, esperando que liberassem mais ingressos.

Revender ingresso é crime?

Muitas pessoas conseguem ingressos para jogo de futebol e show, por exemplo, mas quando chega na data do evento não conseguem ir e vender para alguém que possa ir não é crime.

Porém, o que mais acontece são pessoas passando na frente em filas, comprando uma quantidade maior do que a regra da empresa libera por CPF, revendendo por um valor muito maior do que o que realmente vale e até ameaçando pessoas.

Segundo a Lei 10.671/2003 do Estatuto do Torcedor, o cambismo no mundo do futebol é crime e a pena é a reclusão de 2 a 4 anos e o pagamento de uma multa.

Já quando o assunto é show e espetáculos, o art. 2º, IX da Lei de Economia Popular diz que revender ingressos com valores mais altos que o taxado na bilheteria é um crime contra a economia popular (Lei 1.521/51), que também é conhecido como esquema de pirâmide.

Fora isso, não há nada na lei que incrimine as pessoas que compram ingressos e revendem ele. Desde que seja o valor que foi cobrado pela empresa, não há crime.

A maior cidade medieval da Europa

No sul da França existe uma cidade localizada no alto de uma colina. Ela se chama Carcassonne e até hoje é conhecida como a maior cidade medieval da Europa.

Com mais de 2.600 anos, esta cidadela fortificada com diversos e longos muros é Patrimônio Mundial da Humanidade desde 1997, mas foi anexada pelo Reino da França no ano de 1247.

Antigamente ela fazia parte do Reino de Aragão, já que fica perto da fronteira entre a França e a Espanha.

A origem do nome desse lugar de conto de fadas é um mistério, algumas pessoas contam que foi inspirado na lenda da Dame Carcas, uma princesa da cidade na época de Carlos Magno.

A história da princesa começa quando o local estava em batalha contra o próprio Magno, já que ele deixou Carcassonne em cerco por aproximadamente 6 anos.

A ideia da princesa para ganhar essa guerra foi de engordar um porco com trigo e fazer ele andar na direção das tropas que faziam o cerco. Quando eles viram o tamanho do animal, logo imaginaram que a cidade estava com muita comida ainda, mesmo depois de ficar 6 anos presos sem contato com nenhuma cidade das redondezas.

Depois disso, eles desistiram do cerco e decidiram deixar a cidade em paz. Logo os sinos da catedral foram tocados e um grito falando “Carcas sonne” foi escutado vindo da igreja. Esse era o som da vitória da nova Carcassonne.

Além de toda a construção medieval, ela também é conhecida por ser a terra do Cassoulet, uma especialidade gastronômica francesa muito tradicional. Aqui no Brasil esse prato também é conhecido como feijoada francesa.

Ela teve origem na Guerra dos Cem Anos e até hoje é saboreada no inverno sendo acompanhada por vinho.

Chegando em Carcassonne, localizada à 90 km de Toulouse, é possível visualizar a Basílica de Saint Nazaire com seu estilo gótico e o Château Comtal, com Château Comtal com suas 52 torres e 3 km de muralhas.

Mesmo sendo pequena, consegue cerca de 2 milhões de turistas todos os anos.

Templo Kailasa: a construção em uma única rocha

Este Patrimônio Mundial da UNESCO é localizado na Índia e faz parte das Cavernas de Ellora (um complexo de 34 templos e mosteiros). Este templo hindu é conhecido por sua estrutura megalítica, já que foi esculpido em uma única rocha durante o século VII.

Templo Kailasa: a construção em uma única rocha
Imagem do Google

Segundo uma lenda medieval, havia um rei que estava gravemente doente e então sua esposa pediu ao deus Shiva para que seu marido fosse curado, jurando construir um templo para a divindade em troca da saúde do rei. Para completar, ela ficaria em jejum até que o topo (shikhara) do templo fosse concluído.

O rei rapidamente melhorou, mas perceberam que aquela promessa tinha sido um grande erro.

Como naquela época as construções poderiam durar décadas, um engenheiro inteligente disse para o casal real que ele conseguiria construir o topo do templo em apenas uma semana se ao invés de começar a abrir caminho pela lateral da encosta, começasse a esculpir o templo de cima para baixo, começando pelo topo. Assim o fez, o templo foi construído de cima para baixo.

Mesmo que seja apenas uma lenda, o local realmente foi construído do teto para a base. Ainda não é totalmente claro quem mandou construí-lo, mas alguns estudiosos o atribuem ao rei Krishna I de Rashtrakuta, que governou de 756 a 773 a.C.

O templo é dedicado a Shiva (Deus hindu) mas diversas esculturas de pedra também retratam diferentes divindades, além de ser repleto de esculturas ornamentadas.

Para sua construção, mais de 200 mil toneladas de rocha vulcânica foram escavadas o que é um número impressionante para aquela época, já que apenas o uso de cinzeis e martelos era possíveis.