Michael Jackson e o Homem Elefante

Você sabia que o cantor Michael Jackson se comparava com um homem medieval conhecido como Homem Elefante?

O caso teve grande repercussão na época, quando descobriram, mas hoje em dia é pouco lembrado.

Quem foi Michael Jackson?

Michael Jackson foi um famoso cantor, compositor e dançarino norte-americano, considerado uma das maiores e mais influentes figuras da história da música pop. Ele nasceu em 29 de agosto de 1958 em Gary, Indiana, e faleceu em 25 de junho de 2009 em Los Angeles, Califórnia.

Jackson começou sua carreira musical na década de 1960 como membro do grupo Jackson 5, formado por ele e seus irmãos. O grupo alcançou grande sucesso com hits como “ABC” e “I Want You Back”. No entanto, foi na década de 1980 que Michael Jackson lançou sua carreira solo e se tornou um fenômeno global.

Seu álbum “Thriller”, lançado em 1982, é um dos discos mais vendidos de todos os tempos e inclui sucessos como “Billie Jean” e “Beat It”. Jackson revolucionou a música pop com sua voz distintiva, coreografias inovadoras e vídeos musicais inovadores. Ele também é conhecido por seu icônico passo de dança, o moonwalk.

Ele foi diagnosticado com vitiligo, uma doença de pele caracterizada pela perda de pigmentação em certas áreas do corpo. O vitiligo ocorre quando as células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele, são destruídas ou danificadas, resultando em manchas brancas ou despigmentadas na pele.

Embora a condição de Michael Jackson tenha sido inicialmente especulada pela mídia, ele confirmou publicamente que tinha vitiligo em uma entrevista à apresentadora Oprah Winfrey em 1993. Afirmou que começou a notar os primeiros sinais do vitiligo por volta de 1984, quando ele tinha 26 anos.

Ao longo dos anos, sua pele foi gradualmente perdendo pigmentação devido ao vitiligo, o que resultou na aparência de sua pele ficar mais clara. Em vez de exibir as manchas brancas características da doença, optou por unificar a cor de sua pele usando uma técnica chamada despigmentação gradual.

A despigmentação gradual envolve a aplicação de substâncias despigmentantes na pele saudável para igualar a cor das áreas afetadas pelo vitiligo. Esse processo permitia a Jackson esconder as manchas e obter uma aparência mais uniforme em termos de pigmentação da pele.

A condição de vitiligo de Michael Jackson teve um impacto significativo em sua vida e na forma como ele era percebido pelo público. Muitas vezes, especulações e rumores surgiram em torno de sua aparência, mas Jackson afirmava que sua transformação era resultado do vitiligo e não de um desejo de alterar sua identidade racial.

Embora o cantor tenha sido um exemplo famoso de alguém com vitiligo, é essencial respeitar a privacidade e compreender os desafios que as pessoas com essa condição enfrentam.

Quem foi o Homem Elefante?

O “Homem Elefante” foi Joseph Merrick, um homem britânico que ficou conhecido por sua grave condição médica, chamada de neurofibromatose múltipla ou síndrome de Proteus. Ele nasceu em 1862, em Leicester, na Inglaterra, e viveu até 1890.

Joseph Merrick nasceu com uma aparência física extremamente deformada devido à sua condição médica. Sua pele era coberta por crescimentos e tumores grotescos, especialmente em seu rosto, o que lhe rendeu o apelido de “Homem Elefante”. Essa designação foi dada a ele posteriormente, já que Merrick nunca se referia a si mesmo dessa forma.

Sua condição médica o levou a uma vida de isolamento e dificuldades. Ele enfrentou discriminação e foi exibido em shows de aberrações e circos como uma atração de freak show. No entanto, em 1884, Merrick foi descoberto pelo médico Frederick Treves, que ficou impressionado com sua inteligência e sensibilidade.

Treves ofereceu a Merrick a oportunidade de viver no Hospital de Londres, onde ele recebeu cuidados médicos e um ambiente mais seguro. Lá, ele se tornou uma figura conhecida na sociedade e recebeu a atenção de vários visitantes, incluindo membros da nobreza e celebridades.

Joseph Merrick faleceu em 1890, aos 27 anos de idade, devido a complicações relacionadas à sua condição médica. Sua história ficou conhecida através de registros médicos, cartas e relatos contemporâneos. Sua vida inspirou peças de teatro, filmes e obras literárias, como o filme de David Lynch, “O Homem Elefante” (1980). O caso de Merrick também ajudou a aumentar a conscientização sobre a importância da compaixão e aceitação das pessoas com deformidades físicas e deficiências.

Jackson x Merrick

O filme ‘Homem Elefante’ de 1980, dirigido por David Lynch, foi um dos favoritos de Michael Jackson e o motivo é bem simples: identificação. Sua ex-mulher, Debbie Rowe, ainda confirmou que o cantor tinha medo de que as pessoas o vissem e lembrassem mais de sua aparência do que suas realizações.

Os ossos de Merrick estão na Faculdade de Medicina do Hospital de Londres e alguns tabloides da época falaram que o cantor havia tentado comprá-los, mas o caso foi negado e para deixar tudo ainda mais artístico, Michael decidiu colocar isso em um de seus clipes, o chamado Leave Me Alone (1989), onde dança ao lado de ossos e uma cabeça de elefante.

20 músicas para enaltecer a mulher

Hoje não é dia das mulheres, nenhuma data especial, mas com certeza pode ser um dia comemorativo, pois essas deusas deveriam ser celebradas todos os dias. E o melhor presente? Ser respeitada diariamente.

Mesmo não sendo isso que acontece na vida real, para comemorar um pouquinho da luta diária que é ser mulher, separei uma lista com 20 hinos que mostram o poder feminino.

Destiny’s Child – Independent Women pt. 1 (2000)

The Slits – Typical Girls (1979)

Aitana y Ana Guerra – Lo malo (2018)

Aretha Franklin – Respect (1967)

Clarice Falcão – Eu Sou Problema Meu (2016)

Kesha – Woman (2017)

Miley Cyrus – Mother’s daughter (2019)

RBD – Santa No Soy (2004)

Beatriz Luengo – Postureo (2018)

Gloria Gaynor – I will survive (1978)

Taylor Swift – The Man (2019)

First Aid Kit – You Are The Problem Here (2017)

Thalia – Frutas (2016)

Bebe – Ella (2004)

No Doubt – Just A Girl (1995)

M.I.A. – Bad Girls (2012)

Valesca Popozuda – Tá pra nascer homem que vai mandar em mim (2014)

Luísa Sonza – Nunca foi Sorte (2019)

Christina Aguilera ft. Demi Lovato – Fall In Line (2018)

Beyoncé ft. Chimamanda Ngozi Adichie – ***Flawless (2013)

Show de mulher

Apesar do empoderamento feminino ser uma pauta amplamente discutida hoje, artistas ainda enfrentam rincões de machismo na indústria da música.

O empoderamento feminino é uma pauta constante nos dias de hoje, mas ainda podemos escutar muitas frases preconceituosas na boca das pessoas. Grande parte desse preconceito está no ramo musical. O mundo artístico pode ser um ambiente muito machista, com maioria masculina em muitas áreas – como a musical – e homens ocupando posições de poder em produtoras, gravadoras e estúdios. Muitas mulheres ficam angustiadas e desmotivadas com essa situação, pois percebem que o espaço para elas nessa área é, muitas vezes, pequeno. Mesmo diante de tantos desafios, a presença feminina tem se mostrado cada vez mais forte e poderosa nos últimos anos. Pensando nisso, entrevistei duas mulheres da indústria musical para entender como é a vida nesse meio, e elas contaram sobre alguns desafios e barreiras que superaram para chegar onde estão hoje em dia sem nunca desistir. A primeira a conversar é a cantora Isabella Almeida – mais conhecida como Mana Bella – de 27 anos, descobriu a paixão pela música dentro de uma igreja e desde então vem perseguindo seu sonho de ser cantora. Nessa entrevista, ela conta sobre alguns dos desafios na área. A segunda é a MC Kelly Neriah, de 35 anos, ela conta que percebeu seu amor pela música aos 10 anos, quando cantava no coral da igreja, e desde então, não parou.

da direita para a esquerda: MC Kelly e Mana Bella

Como é a vida de quem trabalha com música?

MANA BELLA: É difícil, porque antes de começar a ganhar dinheiro com a música, primeiro você tem que perder, quer dizer, não é perder porque a gente tá investindo no nosso futuro, no nosso sonho, mas precisamos de produção, divulgação, gravação. Então eu ainda tenho um trabalho que me mantém e, aos poucos, estou começando a fazer shows com um pequeno retorno financeiro, mas viver só da música eu não consigo. E, infelizmente, a gente sofre inúmeros preconceitos, primeiro por eu ser nordestina, negra, periférica e também por ser mulher, principalmente por estar numa vertente do hip-hop e rap, que é predominantemente masculino. Para você estar nesse meio e ser respeitada, tem que realmente mostrar para o que veio, estar na ativa, sempre lutando, compondo letras combativas dentro do meu lugar de fala (combato o feminicídio, o racismo e a intolerância). Você sempre tem que estar provando que é duas vezes melhor do que o cara que está ao seu lado e que às vezes não está fazendo isso por um sonho, mas sim ganhar dinheiro.

Você sofreu algum tipo de preconceito?

MANA BELLA: Uma vez fui em um evento e na hora que cheguei eu era a única mulher, eles simplesmente me barraram e falaram que não teria público e nem evento, mas independente do público, se for uma ou mil pessoas, o importante é passar a mensagem de resistência.

Como as mulheres são tratadas em geral?

MANA BELLA: As mulheres nesse meio ainda sofrem muito preconceito, as vezes eu chego em eventos e não tenho dj, nem back vocal, então, eu entro com o meu pen drive e percebo os olhares, o apontar de dedo, e isso sempre cai por terra quando subo no palco e mostro para o que eu vim. Isso é o mais importante do que qualquer intriga, eu vim para salvar pessoas, o meu lugar de resposta é em cima do palco, com as minhas letras.

Como você entrou no meio musical?

MC KELLY: Cresci assistindo meu pai e meus tios tocarem moda de viola aos fins de semana nas reuniões de família, mas ingressei na carreira musical aos dezesseis anos, quando meu irmão montou um grupo de rap mirim, me chamaram para fazer um refrão, comecei, então, a ser convidada por vários grupos para fazer freelance. Em 2003, entrei para o grupo de rap Versão Popular, onde faço parte até os dias de hoje conciliando com meu trabalho solo e participações.

Como é a vida de quem trabalha na área música?

MC KELLY: Para nós, que somos do rap, é sempre mais difícil, aqui no Brasil poucos são valorizados, principalmente para nós que somos do anonimato, quando conseguimos algum show pago nós usamos o cachê ou ajuda de custo para investir em mais trabalhos, então, é uma luta constante.

Você sofreu algum tipo de preconceito?

MC KELLY: O preconceito ainda existe, mas já foi pior. Era difícil ser negra, gorda, mulher, mc e da favela, às vezes quando conseguia um emprego, por exemplo, não podia nunca dizer que cantava rap que todos me olhavam com outros olhos, às vezes até comentários infelizes como por exemplo: “Cuidado com a carteira, a Kelly é envolvida com os manos do rap”, ou seja, um preconceito que todos tinham de que quem é do rap é maloqueiro, ladrão ou vagabundo.

Como as mulheres são tratadas no rap?

MC KELLY: Quando comecei, em 1999, mais ou menos, era muito mais difícil para nós, mulheres, não éramos vistas com bons olhos no movimento, até porque praticamente nós tínhamos que usar roupas masculinas, engrossar a voz, falar de cada dez palavras, nove gírias para tentar se inserir no meio e mesmo assim, às vezes, nos colocavam apenas para fazermos um ou outro refrão, não tínhamos muito valor, hoje mudou bastante, mas ainda tem muita coisa pra mudar, podemos ver que em flyer de eventos que sempre tem muito mais homens do que mulheres nas programações… Tem muita mulher com trabalhos ótimos! Mas os caras até quando nos convidam para fazer algum trabalho usam a frase “vou dar uma oportunidade para você que é mulher”, isso já é uma forma de preconceito. Também estamos trabalhando.

Com isso, podemos perceber que mesmo depois de tantos anos de luta, o preconceito ainda está longe de acabar. Mas as mulheres também estão longe de se darem por vencidas.

Para conhecer mais sobre as entrevistadas, visite o perfil delas no instagram:

Kelly Neriah | Mana Bella