Expedição Jari: a Amazônia nazista

Uma cidade chamada Laranjal do Jari, a mais de 200 km de Macapá chama a atenção de turistas que buscam por cachoeiras e por curiosos da história, já que uma cruz nazista de madeira de três metros de altura ainda está lá.

A estrutura contém a seguinte frase escrita em alemão:

“Joseph Greiner morreu aqui, de febre, em 2 de janeiro de 1936 a serviço da pesquisa alemã”

Essa pesquisa na verdade era a Expedição Jari, que ocorreu quando um grupo de alemães desembarcou em terras brasileiras em 1935, com um projeto para colonizar a Amazônia.

O alemão Joseph Greiner e outros integrantes nazistas ficaram pelo menos dois anos na região para estudar e levar informações para a Alemanha, como sobre a fauna, flora e dados da cultura indígena da região, mas ao longo do tempo o grupo desenvolveu algumas doenças, como febre amarela, malária e difteria, fazendo com que o projeto não fosse bem sucedido.

Mas as informações foram entregues, com dados, fotos e vídeos, o que poderia facilitar a comunicação entre os dois povos no futuro.

Quem foi Joseph Greiner?

Joseph Greiner foi um escritor austríaco que publicou duas memórias sobre quando conheceu Adolf Hitler, mas aos 15 anos foi morar no Rio de Janeiro e aceitou fazer parte da Expedição Jari na década de 1930, morrendo poucos anos depois.

No livro Rätsel der Urwaldhölle, de Otto Schulz-Kampfhenkel, diz que o engenheiro Gerhard Krause encontrou Joseph morto e imediatamente esculpiu a cruz que conhecemos hoje em dia.

O plano alemão

O verdadeiro objetivo só foi descoberto após o chamado Projeto Guiana, onde o plano era uma tomada militar na Guiana Francesa, e até então a Expedição teria como objetivo estudar a natureza e os animais brasileiros, segundo o Instituto de Biologia Kaiser Wilhelm e também a imprensa alemã, já que na manchete de outubro de 1935 o jornal Westfäliche Landeszeitung escreveu que “Pela primeira vez a suástica será vista sobre a foz do Amazonas”.

Nessa época Joseph Greiner já morava no Brasil, mas o grupo de Otto Schulz-Kampfhenkel, promovido a SS Untersturmführer (patente paramilitar), estava desembarcando no país.

Com ele, vieram Gerd Kahle, Gerhard Krause e um grupo de 16 pessoas.

Mesmo depois de tantas pesquisas e coleta de dados, até hoje não se sabe o verdadeiro motivo pelo qual os nazistas estavam aqui, mas os historiadores afirmam que poderia ser um plano parecido com o do Projeto Guiana.

O fim da Expedição Jari

O fim do financiamento do governo nazista veio em 1937, mas cerca de 1.200 itens foram levados, entre eles alguns itens que os povos indígenas Aparaí, Wayana e Oayana fabricaram e ossadas de animais.

Mais de 1500 itens foram registrados no livro de Schulz-Kampfhenkel, 2700 metros de película de filme e 2500 fotografias foram levadas para o Museu de Etnologia de Berlim.

As ossadas de animais como macaco, onça-pintada, cutia, preguiça e queixada foram levados para o Museu de História Natural de Berlim.

Mesmo com tanta pesquisa, Schulz nunca descobriu nada novo, ficando esquecido na história.

A infância durante o Holocausto

O holocausto foi uma época ameaçadora para todas as pessoas, mas em especial para as crianças, já que são vulneráveis e não entendem tão profundamente o verdadeiro horror que estava acontecendo no mundo, o que por si só pode traumatizar uma pessoa.

Alguns grupos eram indesejáveis e até perigosos, adultos crianças faziam parte do mesmo grupo. Matar crianças era apenas uma medida de segurança preventiva para manter a visão ideológica dos nazistas. A infância durante o Holocausto não foi nada fácil.

A infância durante o Holocausto
Imagem do Google

Durante todo o período onde a Alemanha se tornou nazista, cerca de 1,5 milhões de crianças morreram.

Mas quem fazia parte desse grupo de crianças perigosas?

Além de judeus e cigano, qualquer um com alguma deficiência física ou mental não condizia com a raça ariana. As que nasciam em situações de pobreza ou em guetos, também eram consideradas improdutivas e consumidores inúteis de comida.

Então qualquer criança que fizesse parte desse grupo era morta, mandada para o trabalho escravo e até para laboratórios onde pesquisas desumanas aconteciam. Quando fossem muito novas para fazer parte dessas atividades, eram mandadas para o campo de concentração como as primeiras vítimas a serem metralhadas.

Qualquer jovem que tivesse características arianas eram levadas para o Reich e colocadas em adoção para que a família racial correta a adotasse. Se essa pessoa tivesse família, era raptada de seus pais.

Caso as mulheres dos campos de concentração ficassem grávidas, eram forçadas a abortar ou dar à luz em situações onde o bebê nasceria morto.

Mas nem tudo estava perdido, ainda existiam pessoas que tentavam ajudar. Foi da vontade de resgatar crianças que nasceu o Kindertransport, um movimento de resgate onde crianças em situação de risco eram levadas para locais seguros, mesmo que precisassem abandonar seus pais ou sair do país para continuarem vivas. Outras famílias também tentavam ajudar e usavam partes da casa, como o porão, para esconder as pessoas.

A partida mortal

Parece que a história está sendo esquecida em um dos mais emblemáticos palcos do futebol da Ucrânia. No estádio Zenit, em Kiev, aconteceu uma das partidas mais perigosas do futebol.

Durante a invasão nazista na Ucrânia, em 1941, um dos times mais fortes e conhecidos da Europa era o Dínamo. Porém, o time acabou se desfazendo por causa da guerra. Muitos de seus jogadores entraram para o exército, parte deles foram presos e os outros precisavam de um novo emprego para sobreviverem. Essa mesma situação ocorreu em vários times de futebol, como o Lokomotiv.

Alguns jogadores dos dois times decidiram lutar contra o terror e não desistir de sua paixão, o futebol, por isso fundaram outro time, o FC Start.

Partida da Morte

Sem desconfiar que o elenco desse novo time era de profissionais, os oficiais alemães aceitaram a participação na liga e eles venceram todos os dez jogos, quase sempre por goleada.

Com isso, o FC Start acabou acumulando várias vitórias, o que incomodava os nazistas, e animava os ucranianos. Os atletas começaram a sofrer ameaças e a padaria onde eles trabalhavam (quando não estavam jogando) sofreu vandalismo.

Logo após essas vitórias, o Flakelf, um time formado por alguns oficiais das baterias antiaéreas germânicas desafiou o time invicto.

Alguns oficiais sugeriram que no momento em que os times estivessem alinhados, os jogadores devessem fazer a saudação nazista. Mas não foi exatamente isso que aconteceu. O time alemão gritou “Heil, Hitler”, mas os ucranianos gritaram “FitzcultHura”, um tradicional slogan soviético.

O Flakelf abriu o placar, mas no final quem levou a melhor foi o FC Start, que marcaram 5 gols. Com a evidente derrota, quando o time estava planejando o sexto gol, o árbitro apitou o final antes dos 90 minutos, para evitar uma situação pior ainda.

Esta partida ficou conhecida como Jogo da Morte, e poucos dias após o ocorrido, todos os jogadores ucranianos foram presos e enviados para um campo de concentração. Os alemães pensaram que um dos jogadores era espião da URSS e o assassinaram primeiro, e mais tarde outros três dos jogadores foram executados com tiros na nuca.

Desde então o estádio Zenit, onde ocorreu o jogo, ficou marcado na história. É possível encontrar uma estátua ao lado de fora do estádio, de um homem chutando a bola enquanto pisa em uma águia, símbolo dos nazistas. Outra homenagem em forma de monumento são os quatro jogadores que morreram durante a Guerra, representados em pedra no Estádio Valeriy Lobanovskyi, casa do Dynamo.

Em 2012, a praça esportiva do estádio Zenit só ganhou melhorias graças à iniciativa de Vitali Klitschko, ex-campeão mundial no boxe.

A mãe das crianças do Holocausto

Seu nome é Irena Sendlerowa, mas também podemos chamá-la de mãe das crianças do Holocausto.

A assistente social do Departamento de Bem Estar Social de Varsóvia era conhecida por muitas famílias como a mão amiga que você pode confiar pois ajudava pessoas necessitadas seja com comida ou medicamentos. Também foi responsável por se unir com uma amiga para limpar os esgotos de guetos locais para evitar a aparecimento de alguma doença contagiosa.

Mas apesar de tanta solidariedade, não foi por isso que sua história ficou conhecida.

Foi apenas em 1999 quando um grupo de estudantes mostrou interesse por seus feitos e resolveu entrevistá-la e só então ela compartilhou sua história.

Ao ver tantas notícias horríveis logo quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu, Irena resolveu entrar de cabeça e ajudar ainda mais pessoas. O plano era conversar com os pais de crianças que estavam correndo risco de vida devido ao nazismo e levar estas crianças para um lar temporário, onde ficariam seguras. Como elas não podiam ser vistas, Sendler chegou a utilizar sacos de batatas, de lixo, e até caixões. Logo que chegassem ao novo lar, mudariam de novo para manter sua identidade judia em segredo.

Apesar de todo seu esforço, com o tempo, os nazistas acabaram descobrindo seu plano. Irena foi presa e torturada, suas pernas e pés quebrados. Mesmo depois de todos os obstáculos, sua determinação foi mais forte pois se recusou a dar qualquer tipo de informação sobre o assunto.

Assim que a Segunda Guerra terminou, ela entregou todos os documentos sobre as crianças para o presidente do comitê de salvação dos judeus sobreviventes, mas infelizmente muitos não haviam sobrevivido.

Nobel de Paz

Após sua morte, Irena foi nomeada ao prêmio por indicação do governo da Polônia.

Filme

Em 2009 a CBS produziu um filme em sua homenagem, chamado O Coração Corajoso de Irena Sendler e que foi indicado ao Globo de Ouro de 2010.

Fundação

Podemos encontrar todo o seu trabalho no projeto Life in a Jar.